O sistema nervoso é praticamente inacessível à observação direta, podendo ser acessado apenas através da interpretação de manobras específicas. Curiosamente, em nenhum outro campo da Medicina é possível localizar uma lesão, de forma tão exata, como na Neurologia.
Ela é, portanto, a mais intrincada das especialidades médicas. Naturalmente, é preciso conhecimento anatômico e fisiológico do sistema nervoso e conhecer suas variáveis diante dos processos patológicos com clareza para que tais descobertas sejam feitas.
A avaliação neurológica inicia-se na sala de espera, onde o médico observa a facies do paciente, sua postura, sua forma de levantar-se, sua estática e sua marcha ao entrar no consultório. Ao fazer essas coisas, sem o paciente saber que está sendo observado, o médico já recolhe pistas importantes.
Escuta-se detidamente a história do paciente, prestando-se atenção ao início dos sintomas e evolução e, à seguir, segue-se o exame neurológico. Neste momento, ao unir sinais e sintomas, o neurologista deve ser capaz de formular um diagnóstico sindrômico.
Então uma pergunta deve gritar na cabeça do neurologista: Onde está a lesão?
Eis o segundo passo da metodologia diagnóstica, o diagnóstico topográfico. Deve-se, nesse momento, utilizar a expertise, para que, com os dados coletados, raciocinar anatomica e fisiologicamente e localizar a lesão no sistema nervoso.
Com esse dados em mãos: queixa do paciente, instalação e curso do sintoma, estado de saúde atual, história patológica pregressa, história social, antecedentes familiares, diagnóstico síndrômico e topográfico, o médico deve, então, formular diagnósticos diferenciais e hipóteses diagnósticas.
Partimos, finalmente, para a última parte da metodologia diagnóstica em neurologia, o diagnóstico etiológico. Para confirmar ou esclarecer hipóteses diagnósticas solicitam-se exames complementares. Que não devem ser solicitados sem uma hipótese, uma vez que podem servir mais para confundir do que para aclarar.
Diagnóstico em neurologia é uma prática artesanal, pessoa-pessoa, alcançada através da interpretação de uma história e um exame físico bem feitos. As novas técnicas, principalmente a Ressonância, revolucionou a Neurologia, uma vez que permite fazer uma "autópsia da pessoa em vida", mas seu uso deve ser integrado à metodologia, sem pular etapas, sob risco de incorrer em erro.
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